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Histórias

A história desta casa de oração se funde à história de vida de sua presidente: Tia Durva, como é conhecida.

Nascida e criada numa fazenda, Tia Durva passou sua infância sem grandes problemas voltada sempre ao trabalho ao lado da família e às atividades da igreja católica que seguia por formação familiar.

Aos nove anos de idade sua família mudou-se para a cidade de Lins, interior de São Paulo, onde provaram severas dificuldades. Aos onze anos teve seu primeiro emprego como pajem de duas crianças, o que lhe exigia muito esforço físico. Depois de algum tempo, ao se sentir exausta, achando que não aguentaria mais aquele peso, começou a perceber que alguém lhe ajudava, tornando-o mais leve e dizendo ao seu ouvido: “Não se preocupe, eu estou aqui para ajudá-la em tudo”.

Certo dia, a bondosa freira que a amparava apareceu e comunicou-lhe que iria trabalhar noutros lugares, mas que se precisasse dela, bastaria chamá-la. Transcorreu-se o tempo e aquela criatura acabara por cair no esquecimento, pois, afinal de contas, nem mesmo o seu nome ela sabia. Todavia, aos dezessete anos, Tia Durva passou suas primeiras dificuldades: já casada, um aborto espontâneo entristeceu muito ao casal Rodrigues. Diante do apuro, reascendeu em sua memória a lembrança da amiga de Maria – como assim a chamava. Um novo encontro ocorreu e a amizade, que nunca se rompera, foi restabelecida. Entretanto, passado mais um ano, novo aborto espontâneo e a tristeza profunda a tomou de tal forma que a fez descrer na tal freira, da qual não quis mais saber.

A vida correu... O casal mudou-se para São Bernardo do Campo com muita dificuldade, a ponto de sentir o sabor amargo da fome. E, após um mês nesta cidade, uma nova gravidez foi anunciada.


Com as bênçãos e a graça de Deus veio o primeiro Anjo de Luz: uma linda menina e dois anos depois, mais uma menina. Mas, infelizmente, as nuvens negras das provações e da dor pairavam soberbas sobre a sua família. Foi quando, aos três anos de idade, graves problemas de saúde acometeram a pequena Lígia, sua segunda filha.

Tudo o que estava ao seu alcance fizera com o intuito de recuperar a saúde da pequenina, sem resultados. Certa noite, alguns amigos reuniram-se em sua casa para orar por sua filha doente. Tia Durva desconhecia que dois deles eram espíritas - palavra que não podia sequer ouvir. De repente, adentrara ao recinto a tal freira, postando-se ao seu lado direito e, sorrindo, cumprimentou a todos. Receosa, Tia Durva não respondeu ao cumprimento, mas um de seus amigos falou em voz alta que uma freira estava entre eles e que dizia ser amiga dos donos da casa. Aí, ela estremeceu e pensou: “Deve ser algum espírito, uma dessas coisas que eu nunca gostei”.

Em algumas oportunidades brigou muito com a freira, dizendo que nem nome ela tinha, porque nunca havia lhe dito. Ela apenas sorria, demonstrando muita compreensão ante a sua ignorância, suportando serenamente todas as suas agressões. E a medida que o tempo passava a pequena Lígia não melhorava.


Depois de muitos testes, consultas com os mais renomados especialistas, um dos médicos que os atenderam disseram-lhe: “Minha senhora, não sei qual é a sua religião, mas procure todo Centro Espírita que lhe indicarem. Naquele que se sentir melhor, a senhora para, pois é ali que a sua filha vai se curar, já que, fisicamente, ela não apresenta nada”! Ela saiu do consultório chorando muito e teimando que não queria saber disso. Dois anos se passaram, até que, aos 14 anos, as crises eram tão fortes que Lígia pedia que a deixassem morrer, pois já não aguentava mais a dor. Foi naquele momento de desespero que resolveu buscar os centros espíritas que lhe haviam indicado e foram mais dois anos de lutas incessantes, pois não acreditava no Espiritismo e o amor pela doutrina, evidentemente, não existia. A partir daí, passou a levá-la na casa da Sra. Aparecida, que recebia o Dr. Mário, Espírito, o qual lhe dizia que ela tinha uma grande missão aqui e que era necessário aceitar a doutrina dos Espíritos. Começou, então, a participar do Evangelho nas casas de pessoas que precisavam, junto com a Dona Cida, durante cinco anos.


Assim, já com algum conhecimento, começou a fazê-lo em seu lar. Em um dia do mês de janeiro de 1989, aquele mesmo amigo que vira a freira em sua casa, veio visitar-lhe, e sendo convidado a participar da leitura do Evangelho, ele disse que tinha vindo porque a FREIRA o havia trazido. Exatamente naquele dia, naquele momento, foi plantada a semente do Lírio Branco!

Na semana seguinte aquele amigo retornou à mesma hora junto com mais três pessoas e, daí para frente o número de participantes crescia a cada encontro.

Em agosto daquele ano, quarenta e oito pessoas já lotavam a sala de sua casa quando ocorreu o atendimento do primeiro caso de obsessão.

No final do mesmo ano, com 58 integrantes, o grupo recebeu a visita da freira, orientando para que arrumassem um lugar maior, alertando que não deveria ser negada ajuda a quem quer que fosse, encarnado ou desencarnado.

Em sua luminosidade, dissera ela que o nome poderia ser alterado, sem problemas, haja vista o merecimento alcançado pela casa, devido a importância dada ao estudo e a ajuda a todos.

Tão logo Tia Durva aceitou o Espiritismo, a sua filha Lígia curou-se completamente.

Como tudo, também o Lírio Branco foi projetado nas esferas cósmicas para depois solidificar-se.

E hoje o Lírio Branco é isso que todos vêem: uma programação intensa de trabalho, oferecendo estudo a todos aqueles que quiserem encontrar na Doutrina Espírita o seu caminho. O trabalho é grande, mas gratificante. Requer respeito e espírito de fraternidade, pois sem união, nada se concretiza.

Que todos possam ter sempre saúde física e espiritual para continuar a construir o homem de bem e esteja cada vez mais próximo do Cristo.

Para finalizar uma prece de louvor a Maria, em sinal de agradecimento por tudo quanto tem proporcionado a todos dentro dessa maravilhosa doutrina, que muitos relutam em abraçar.



 

Durvalina Aparecida Rebussi Rodrigues

Fundadora do G. E. E. Lírio Branco.​

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